quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Pq ser feliz tem que ser pra agora!!!

"Fiquei pensando sobre a morte hoje. É estranho né? E parece estranho mesmo pensar na nossa própria eventividade efemeridade....
'Tive medo de morrer antes de aprender a viver', li isso há algumas semanas em um livro bom e isso soou como uma revelação. E se.... a gente não tiver tempo pra aquele abraço... E se.... a gente não fizer diferença alguma na vida de alguém... E se... envoltos, em mesquinharias, a gente trouxer muito mais tristeza do que amor.... ??? Tive medo. Lembrei da única epígrafe que antecede aquele livro da Lispector... "Uma vida inteira pode resultar em uma identificação tão absoluta com o não-eu que não haverá mais um eu para morrer"...
 Acho que essa sim seria a pior das tragédias.

Me emocionei outro dia quando li a história da morte da Clarice. Internada com obstrução intestinal, a caminho do hospital, ela disse: "Vamos brincar de faz-de-conta. Não estamos indo para o hospital, eu não estou doente e nós estamos indo para Paris." O motorista do táxi, sorrindo, apenas respondeu: "Posso ir junto?" "Pode levar a namorada também", ela disse. Clarice tinha um adenocarcinoma de ovário, iria morrer e sabia disso, o caso era irremediável. Em 8 de dezembro de 1977, vomitou sangue e tentou sair do quarto, mas foi barrada por uma enfermeira. "Você acaba de matar o meu personagem", disse a ela. Morreu na manhã seguinte. Ainda ditou para a amiga Olga: "Eu, eu, se não me falha a memória, morrerei".

A Clarice foi lírica até pra morrer. E foi densa, e forte. Às vezes me pergunto se é mesmo possível viver com tanta intensidade assim... sufocante, asfixiante, que toma conta de cada parte do seu corpo e da sua alma....

Mas se a gente tem essa consciência, essa mesmo de que, na verdade, "na vida estamos todos morrendo"... isso não nos deveria mover para fazermos das nossas vidas momentos que realmente SIGNIFIQUEM?

Pode ser o óbvio mesmo. Às vezes é o óbvio mesmo o mais difícil de se visualizar... e se sentir...
A vida que temos é essa, de hoje. O amanhã, apesar de fazermos nossa parte, não pertence a nós, mas a esferas de imponderáveis.

Eu tô confuso e sei lá o que eu queria dizer, mas... talvez eu só repita mesmo... Repita que hoje é dia de se ter alegria na vida. Que hoje é dia de demonstrarmos nosso amor. Que hoje é dia de sermos sinceros conosco e com os sentimentos que a gente carrega no peito. Que hoje é dia de sinceridade, de fraternidade, de respeito, de amor. Que hoje é dia de brincar com o cachorro, de abraçar aquele amigo, de sufocar de tanto beijo o seu pai. Viver não vai muito além disso. Que a gente não se esqueça disso jamais.

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